marcelo martins

Em meio à tempestade que vem, Hospital Regional terá leitos abertos

O Ministério da Saúde e médicos infectologistas afirmam que o pico da Covid-19 se dará nos próximos 30 dias. Ou seja, entre o fim de abril e o começo de maio, ingressaremos na "fase crítica", alertou, dias atrás, o médico João Gabbardo dos Reis, que é secretário executivo do Ministério da Saúde e ex-secretário de Saúde do Rio Grande do Sul. Não se trata de alarmismo ou de terrorismo, embora alguns poucos ainda tentem desconstruir o grau de letalidade da doença, mas o fato é que Santa Maria, até aqui, tem feito sua parte. A prefeitura, ao lado do MPE, MPF, médicos infectologistas e sociedade civil, tem conduzido de forma séria e, acima de tudo, com responsabilidade essa travessia, que tende a ser longa. Mas, tenhamos uma coisa em mente, que não será para sempre. Até porque, como diz a máxima, não há mal que dure para sempre.

O abril que se avizinha, que traz sentimentos de apreensão, medo e insegurança, nos traz também um alento e um sopro de esperança. A coluna conversou, no sábado, com a secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, que trouxe duas boas novas para Santa Maria. A primeira é que o Hospital Regional de Santa Maria terá 40 leitos clínicos frente à pandemia que já circula e assombra o município. A outra novidade é quanto ao Hospital Universitário (Husm) que, desde a semana passada, fora contemplado pelo Executivo gaúcho com 10 leitos de UTI para enfrentamento à Covid-19. Porém, os leitos ainda não estão montados com os equipamentos necessários, como os respiradores. Mas esta semana reserva no horizonte uma notícia que deve ser celebrada e, claro, cobrada. Trata-se da utilização do Regional com o protagonismo que lhe cabe: o de ser um hospital.

- Sabemos o quão importante o Hospital Regional de Santa Maria é para o município e região e, ainda antes de tudo isso (pandemia), já vínhamos trabalhando com o prefeito para fazer com que isso acontecesse. Hoje, ele funciona com dois ambulatórios (em referência aos serviços prestados para pacientes com diabetes e hipertensos e, outro, para quem tem problema cardíaco). E vamos fazer com que ele seja mesmo um hospital. Por isso, trabalhamos para o quanto antes abrir 40 leitos clínicos. Já quanto ao Husm, que foi contemplado com 10 leitos de UTI, pedimos à empresa, da qual estamos alugando os aparelhos, que priorize Santa Maria e Caxias do Sul. O Universitário receberá todos os equipamentos necessários já nos próximos dias - disse Arita à coluna.

COMO SERÁ 
Desde a última sexta-feira, o Regional tem passado por adequações na estrutura, o que deve ser concluído em até 15 dias. Após isso, serão colocadas as camas e os aparelhos de ar-condicionado para, de imediato, abrir 20 leitos clínicos. E, na sequência, os 20 restantes até o fim de abril ou, no máximo, na primeira semana de maio. Até porque é nesse período que o pico da pandemia recairá sobre nós. 

Para assegurar esses 40 leitos, foi assinado um convênio com a Fundação Universitária de Cardiologia (FUC), que já administra o Regional, para cuidar de mais essa frente de trabalho. Com isso, já se está providenciando toda a retaguarda de apoio (serviços clínicos e de diagnóstico), além de se trabalhar no dimensionamento de profissionais necessários e da infraestrutura de apoio (diagnóstico e de logística) para ofertar os leitos.

RECURSO FEDERAL 
Também, na última sexta-feira, o Ministério da Saúde anunciou a liberação de R$ 32,4 milhões ao Rio Grande do Sul. O montante contempla todos os 497 municípios gaúchos. A verba é para ajudar os prefeitos a dar enfrentamento da epidemia de coronavírus. Santa Maria recebeu R$ 846 mil. 

FOCO NA META 
Ainda, no ano passado, a SES já havia colocado a meta de abrir, neste ano, 130 leitos (de um total de 270 previstos). Agora, ao sinalizar com esses 40, o governo do Estado dá uma demonstração clara que está agindo para fazer do complexo um reforço a quem precisa do SUS em Santa Maria e região. Ainda assim, faltarão 90. Mas a secretária Arita afirmou à coluna que "esse é um compromisso assumido e pactuado para com os santa-marienses". O prefeito Jorge Pozzobom também conversou com a coluna sobre a abertura dos primeiros leitos: 

- É um esforço de todos. O governo do Estado tem nos dando todo o apoio e garantia para que isso ocorra. Temos também o reforço do MPF e do MPE e do Sinduscon (Sindicato da Construção Civil) que estão sendo incansáveis em nos ajudar em tudo que for preciso, para que o Regional tenha, enfim, esses leitos. O importante é que quando essa pandemia tiver o seu ápice, estaremos com toda retaguarda montada - projeta o prefeito.

Lembremos o que, na semana passada, disse o secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardos dos Reis, "não vamos fazer previsão de quantos casos, nem quantas mortes. Vamos fazer o possível para ter os menores números entre 30 e 60 dias". Estratégia, planejamento e, principalmente, ação, são determinantes neste momento.

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